Fotografia: Noberto Esteves

Castro Laboreiro

As inverneiras são os vales abrigados onde famílias e animais mudavam-se de armas e bagagens no mês de dezembro para passar o inverno num clima mais ameno porque grande parte das famílias em Castro Laboreiro têm duas residências. Curioso, não é?
No início de março voltavam para as brandas, termo adaptado da palavra - verão - com pastos renovados para alimentar os rebanhos. Lugares mais frescos onde passavam a maior parte do ano e onde se plantava batata e semeava-se o centeio.
Os tempos mudaram e hoje já ninguém muda de residência. Ficam nas inverneiras ou nas brandas deixando os lugares vazios de gente, testemunhos dum tempo passado.
Os velhos costumes e saberes, ante o desaparecimento de tradições como a transumância, têm dificuldade em sobreviver. As ovelhas, vacas e cabras das ameaçadas raças autóctones e os velhos pastores armados com cães e cajados é um cenário cada vez menos presente nos agrestes cumes de Castro Laboreiro e da Serra da Peneda.



Fotografia: Noberto Esteves



Fotografia: Noberto Esteves

A hospitalidade do povo de Castro Laboreiro é bem conhecida. Durante as décadas de trinta e quarenta do século passado, abrigaram refugiados da guerra civil espanhola através da vizinha Galiza, correndo imensos riscos.
Foi um povo aventureiro e destemido que, desobedecendo ao regime de Salazar, iniciou a imigração para a França indo a salto e sem documentos através de Espanha, cruzando os Pirenéus à procura de melhores condições de vida.
Hoje, as suas gentes continuam a acolher com carinho e entusiasmo visitantes e turistas que vêm passar uns dias à descoberta da região e à procura de silêncio, de sossego e ar puro.


Cão de Castro Laboreiro


Fotografia: CPC

O Castro Laboreiro, como também é conhecido, é uma raça autóctone de cães de gado e constitui um patrimônio genético de grande valor nacional.
O cão de Castro tinha uma missão muito exigente: a guarda e proteção de rebanhos nos montes de Castro Laboreiro e do Parque Nacional da Peneda-Gerês, e a defesa contra o lobo. Um cão fiel, muito ligado aos pastores e à família. Dócil e carinhoso, de um olhar dourado hipnótico, é implacável na defesa do gado. Era frequente ver o Castro Laboreiro com uma coleira de picos para proteger o pescoço nos confrontos com o lobo.
Um cão adaptado a grandes altitudes e às inclemências do tempo, invernos com fortes nevões ou verões quentes. Faça uma visita ao canil de Castro Laboreiro para os conhecer melhor!


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Fotografia: Noberto Esteves
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Fotografia: Noberto Esteves
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Fotografia: Vasco Coelho
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Fotografia: Noberto Esteves

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